sábado, 18 de abril de 2009

Fotos: Pierre Fatumbi Verger








Biografia

A Biografia (grego: βιογραφία , de βíος - bíos, vida e γραφή – gráphein, escrever) é um gênero literário em que o autor narra a história da vida de uma pessoa. Gosto muito de biografia e o Conversa Fiada vai apresentar uma série de biografias.

Pierre Fatumbi Verger

Nasceu em Paris, no dia quatro de novembro de 1902, desfrutando de boa situação financeira, ele levou uma vida convencional para as pessoas de sua classe social até a idade de 30 anos, ainda que discordasse dos valores que vigoravam nesse ambiente. O ano de 1932 foi decisivo em sua vida: aprendeu um ofício - a fotografia - e descobriu uma paixão - as viagens. Após aprender as técnicas básicas com o amigo Pierre Boucher, conseguiu a sua primeira Rolleiflex e, com o falecimento de sua mãe, veio a coragem para se tornar um viajante solitário. Ela era seu último parente vivo, a quem não queria magoar com a opção por uma vida errante e não-conformista.
De dezembro de 1932 até agosto de 1946, foram quase 14 anos consecutivos de viagens ao redor do mundo, sobrevivendo exclusivamente da fotografia. Verger negociava suas fotos com jornais, agências e centros de pesquisa. Fotografou para empresas e até trocou seus serviços por transporte. Paris tornou-se uma base, um lugar onde revia amigos - os surrealistas ligados a Prévert e os antropólogos do Museu do Trocadero - e fazia contatos para novas viagens. Trabalhou para as melhores publicações da época, mas como nunca almejou a fama, estava sempre de partida: "A sensação de que existia um vasto mundo não me saía da cabeça e o desejo de ir vê-lo me levava em direção a outros horizontes".
As coisas começaram a mudar no dia em que Verger desembarcou na Bahia. Em 1946, enquanto a Europa vivia o pós-guerra, em Salvador, tudo era tranqüilidade. Foi logo seduzido pela hospitalidade e riqueza cultural que encontrou na cidade e acabou ficando. Como fazia em todos os lugares onde esteve, preferia a companhia do povo, os lugares mais simples. Os negros monopolizavam a cidade e também a sua atenção. Além de personagens das suas fotos, tornaram-se seus amigos, cujas vidas Verger foi buscando conhecer com detalhe. Quando descobriu o candomblé, acreditou ter encontrado a fonte da vitalidade do povo baiano e se tornou um estudioso do culto aos orixás. Esse interesse pela religiosidade de origem africana lhe rendeu uma bolsa para estudar rituais na África, para onde partiu em 1948.
Foi na África que Verger viveu o seu renascimento, recebendo o nome de Fatumbi, "nascido de novo graças ao Ifá", em 1953. A intimidade com a religião, que tinha começado na Bahia, facilitou o seu contato com sacerdotes, autoridades e acabou sendo iniciado como babalaô - um adivinho através do jogo do Ifá, com acesso às tradições orais dos iorubás. Além da iniciação religiosa, Verger começou nessa mesma época um novo ofício, o de pesquisador. O Instituto Francês da África Negra (IFAN) não se contentou com os dois mil negativos apresentados como resultado da sua pesquisa fotográfica e solicitou que ele escrevesse sobre o que tinha visto. A contragosto, Verger obedeceu. Depois, acabou encantando-se com o universo da pesquisa e não parou nunca mais.
Nômade, Verger nunca deixou de ser, mesmo tendo encontrado um rumo. A história, costumes e, principalmente, a religião praticada pelos povos iorubás e seus descendentes, na África Ocidental e na Bahia, passaram a ser os temas centrais de suas pesquisas e sua obra. Ele passou a viver como um mensageiro entre esses dois lugares: transportando informações, mensagens, objetos e presentes. Como colaborador e pesquisador visitante de várias universidades, conseguiu ir transformando suas pesquisas em artigos, comunicações, livros. Em 1960, comprou a casa da Vila América. No final dos anos 70, ele parou de fotografar e fez suas últimas viagens de pesquisa à África.
Em seus últimos anos de vida, a grande preocupação de Verger passou a ser disponibilizar as suas pesquisas a um número maior de pessoas e garantir a sobrevivência do seu acervo. Na década de 80, a Editora Corrupio cuidou das primeiras publicações no Brasil. Em 1988, Verger criou a Fundação Pierre Verger (FPV), da qual era doador, mantenedor e presidente, assumindo assim a transformação da sua própria casa num centro de pesquisa. Em fevereiro de 1996, Verger faleceu, deixando à FPV a tarefa de prosseguir com o seu trabalho.
(fonte: www.pierreverger.org/).
Falar de Pierre Fatumbi Verger e não mostrar suas fotografia é um crime aos olhos e a imaginação, toda a semana Conversa Fiada vai colocar algumas fotos e para aqueles que podem ir fazer uma visita vão na Fundação Pierre Verger, localizada na 2ª Travessa da Ladeira da Vila América, 6, Engenho Velho de Brotas.40.243-340 - Salvador - BA

II Conferência Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, eu fui !!!

Aconteceu a II Conferência Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Salvador, eu gostei muito, lá conheci pessoas importantes no movimento Negro na Bahia e representantes dos segmentos de gênero, indígenas, religiosidade, capoeira, juventude, quilombos, sindicatos, movimento GLBT, associações de bairros, portadores de necessidades especiais.
Foram discutidos princípios aprovados na I Conferência, eu participei do Grupo de Trabalho de Sáude. Podendo da minha contribuição para uma melhor qualidade de Saúde da Populalção, contribuindo para a construção do Plano Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Jubiabá


Escrito em meados de 1934, na cidade de Conceição da Feira, na Bahia, quando Jorge Amado tinha 22 anos, Jubiabá foi concluído no Rio de Janeiro no ano seguinte.
O romance projetou o escritor internacionalmente. Quando de sua publicação em francês, pela editora Gallimard, com o título de Bahia de Tous les Saints,foi saudado pelo escritor Albert Camus como um livro “magnífico e assombroso”. Traduzido para catorze idiomas, Jubiabá virou radionovela na década de 40 e ganhou adaptações teatrais nas décadas de 60 e 70. O cineasta Nelson Pereira dos Santos dirigiu, em 1985, uma adaptação do romance em versões para cinema e TV. A história foi adaptada ainda para os quadrinhos e publicada na coleção “Edição Maravilhosa”.
Antônio Balduíno é um garoto pobre, criado no morro do Capa-Negro. Ali, convive com os homens mais respeitados do lugar, como o violeiro Zé Camarão e o pai-de-santo Jubiabá.
Ainda criança, Baldo deseja que sua história seja cantada num ABC, composição popular em louvor de heróis e santos. Depois que a tia de criação enlouquece, Baldo é entregue à guarda do comendador Pereira. Vivendo confortavelmente na casa nova, tem como companhia a menina Lindinalva. Certo dia, porém, é obrigado a fugir. Têm início assim as aventuras que farão a fama de Antônio Balduíno. O rapaz passa um tempo como mendigo, pelas ruas. Depois, torna-se o boxeador Baldo, o Negro.
Freqüenta o Lanterna dos Afogados, bar da beira do cais da Bahia. Compõe e vende sambas. Viaja ao Recôncavo, onde trabalha numa plantação de fumo. Integra-se a uma trupe de circo e coleciona amantes pelo caminho. Mas Baldo permanece fiel ao seu amor platônico por Lindinalva. É graças a um pedido dela que se torna estivador e assume a liderança de uma greve geral em Salvador. Como diz pai Jubiabá, a escravidão ainda não acabou, e Baldo se recusa a baixar a cabeça. Finalmente, o ABC de Antônio Balduíno conta que o negro valente e brigão lutou pela liberdade de seu povo.
Quarto livro publicado por Jorge Amado, Jubiabá conta a história de um dos primeiros heróis negros da literatura brasileira. O romance é central na obra do autor: as contradições entre o mundo do trabalho, o conflito racial, a ideologia, a luta e, de outro lado, a cultura popular, o universo das festas, o sincretismo religioso, a miscigenação e a sensualidade vão marcar toda a sua produção.(Posfácio de Antonio Dimas )

sábado, 4 de abril de 2009

Frase do Dia

"Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia..."
Jorge Amado

O País do Carnaval

Este ano resolvi ler e reler algumas obras literárias de alguns autores nacionais, e comecei com Jorge Amado. Quando começo ler algum autor que já tem muitas publicações sempre gosto de começar pele seu primeiro livro.
O país do Carnaval é o seu primeiro romance, escrito quando ele tinha apenas dezoito anos. O livro foi publicado pela editora Schmidt em 1931, mesmo ano em que o autor ingressou na faculdade de direito no Rio de Janeiro. Considerado subversivo, O país do Carnaval estava entre os livros de Jorge Amado que foram queimados em praça pública em Salvador, por determinação da polícia do Estado Novo, em 1937.
O romance faz um retrato crítico e investigativo da imagem festiva e contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, um brasileiro que não se identifica com o país. Filho de um rico produtor de cacau, Rigger volta ao Brasil depois de sete anos estudando direito em Paris. Num retorno marcado pela inquietação existencial, ele se une a um grupo de intelectuais de Salvador, com o qual passa a discutir questões sobre amor, política, religião e filosofia. Dúvidas sobre os rumos do país ocupam o grupo. O protagonista mantém uma relação de estranhamento com o Brasil do Carnaval, acredita que a festa popular mantém o povo alienado. Os exageros e a informalidade brasileira são motivo de espanto, apesar de a proximidade com o povo durante as festas nas ruas fazer com que ele se sinta verdadeiramente brasileiro. Aturdido pelas contradições, Rigger decide voltar para a Europa. Mestiçagem e racismo, cultura popular e atuação política são alguns dos temas de Jorge Amado que aparecem aqui em estado embrionário. Brutalidade e celebração revelam-se, neste romance de juventude, linhas de força cruciais de uma literatura que se empenhou em caracterizar e decifrar o enigma brasileiro.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Frase do dia:

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
Raul Seixas

Viva Favela lança livro de fotografias


O livro Viva Favela, editado pelo Viva Rio em parceria com a Editora Olhares, é composto por uma seleção de cerca de 50 imagens do acervo de quase 50 mil fotografias de favelas cariocas produzidas desde 2001 por correspondentes comunitários do portal Viva Favela. O lançamento acontece dia 31 de março na Livraria Folha Seca, no Centro, e será marcado por uma mostra cultural com atrações de diversas favelas cariocasO livro Viva Favela, editado pelo Viva Rio em parceria com a Editora Olhares, é composto por uma seleção de cerca de 50 imagens do acervo de quase 50 mil fotografias de favelas cariocas produzidas desde 2001 por correspondentes comunitários do portal Viva Favela. O lançamento acontece dia 31 de março na Livraria Folha Seca, no Centro, e será marcado por uma mostra cultural com atrações de diversas favelas cariocas.
Conforme descreve Zuenir Ventura no prefácio, as imagens do livro Viva Favela “substituem a velha atitude generosa, mas paternalista e distante, por um olhar natural, de dentro, sem estranhamento etnocênctrico”. As lentes dos fotógrafos do Viva Favela buscam a beleza e a poesia na simplicidade do dia-a-dia das comunidades e mostram que favela é muito mais do que miséria, violência e narcotráfico. As alegrias, as dificuldades, as tristezas e as manifestações culturais do cotidiano dos moradores de favelas, uma realidade muitas vezes desconhecida pelos moradores do asfalto, são retratadas pelos fotógrafos Deise Lane, Kita Pedroza, Nando Dias, Rodrigues Moura, Sandra Delgado, Tony Barros e Walter Mesquita.Conforme descreve Zuenir Ventura no prefácio, as imagens do livro Viva Favela “substituem a velha atitude generosa, mas paternalista e distante, por um olhar natural, de dentro, sem estranhamento etnocênctrico”. As lentes dos fotógrafos do Viva Favela buscam a beleza e a poesia na simplicidade do dia-a-dia das comunidades e mostram que favela é muito mais do que miséria, violência e narcotráfico. As alegrias, as dificuldades, as tristezas e as manifestações culturais do cotidiano dos moradores de favelas, uma realidade muitas vezes desconhecida pelos moradores do asfalto, são retratadas pelos fotógrafos Deise Lane, Kita Pedroza, Nando Dias, Rodrigues Moura, Sandra Delgado, Tony Barros e Walter Mesquita.

Serviço:
Lançamento do livro Viva Favela (R$ 25,00)
Editores: Viva Rio e Editora Olhares

quarta-feira, 1 de abril de 2009

deus não é grande: como a religião envenena tudo


"deus não criou o homem à sua imagem. Evidentemente foi o contrário, e essa é a explicação indolor para a profusão de deuses e religiões e o fratricídio entre religiões e no interior delas que vemos ao nosso redor e que tanto tem adiado o desenvolvimento da civilização." A partir dessas ideia explosiva, o jornalista e escritor Christopher Hitchens ataca os alicerces de um dos mais importantes princípios da civilização ocidental: a religião. O livro é fundamentado em seus questionamentos, críticas, vivências, pesquisas, racionalmente concluiu : “A Religião Envenena Tudo”. Suas afirmações dissecam os alicerces da crença monoteísta, desmitificando sua origem , seus mitos, suas lendas, seus personagens. Desde o início do livro, suas palavras causam impacto. “A religião é fraude mental e mal moral. A religião mata”. E sustenta sua tese, anulando os pilares da religião: a Bíblia e seus proganistas: Deus, o filho de Deus e seus profetas. A religião fala de uma bem-aventurança pós-morte, mas usurpa o poder neste mundo. E mata!!! Guerras, conflitos e crueldades são citados e descritos."
- Estou gostando do livro, não é uma leitura muito fácil, e o escritor é bem articulado e impõe muito sua opinião, muito persuasivo. Quando termina de ler, volto a falar do livro. Enquanto isso fico com Clarice : "Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus."