sábado, 18 de abril de 2009

Jubiabá


Escrito em meados de 1934, na cidade de Conceição da Feira, na Bahia, quando Jorge Amado tinha 22 anos, Jubiabá foi concluído no Rio de Janeiro no ano seguinte.
O romance projetou o escritor internacionalmente. Quando de sua publicação em francês, pela editora Gallimard, com o título de Bahia de Tous les Saints,foi saudado pelo escritor Albert Camus como um livro “magnífico e assombroso”. Traduzido para catorze idiomas, Jubiabá virou radionovela na década de 40 e ganhou adaptações teatrais nas décadas de 60 e 70. O cineasta Nelson Pereira dos Santos dirigiu, em 1985, uma adaptação do romance em versões para cinema e TV. A história foi adaptada ainda para os quadrinhos e publicada na coleção “Edição Maravilhosa”.
Antônio Balduíno é um garoto pobre, criado no morro do Capa-Negro. Ali, convive com os homens mais respeitados do lugar, como o violeiro Zé Camarão e o pai-de-santo Jubiabá.
Ainda criança, Baldo deseja que sua história seja cantada num ABC, composição popular em louvor de heróis e santos. Depois que a tia de criação enlouquece, Baldo é entregue à guarda do comendador Pereira. Vivendo confortavelmente na casa nova, tem como companhia a menina Lindinalva. Certo dia, porém, é obrigado a fugir. Têm início assim as aventuras que farão a fama de Antônio Balduíno. O rapaz passa um tempo como mendigo, pelas ruas. Depois, torna-se o boxeador Baldo, o Negro.
Freqüenta o Lanterna dos Afogados, bar da beira do cais da Bahia. Compõe e vende sambas. Viaja ao Recôncavo, onde trabalha numa plantação de fumo. Integra-se a uma trupe de circo e coleciona amantes pelo caminho. Mas Baldo permanece fiel ao seu amor platônico por Lindinalva. É graças a um pedido dela que se torna estivador e assume a liderança de uma greve geral em Salvador. Como diz pai Jubiabá, a escravidão ainda não acabou, e Baldo se recusa a baixar a cabeça. Finalmente, o ABC de Antônio Balduíno conta que o negro valente e brigão lutou pela liberdade de seu povo.
Quarto livro publicado por Jorge Amado, Jubiabá conta a história de um dos primeiros heróis negros da literatura brasileira. O romance é central na obra do autor: as contradições entre o mundo do trabalho, o conflito racial, a ideologia, a luta e, de outro lado, a cultura popular, o universo das festas, o sincretismo religioso, a miscigenação e a sensualidade vão marcar toda a sua produção.(Posfácio de Antonio Dimas )